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UMA PÁSCOA, DUAS DATAS


Euler Sandeville Jr,
28 de março de 2021


Este ano a Páscoa é comemorada com apenas uma semana de diferença por judeus e cristãos. A Páscoa judaica começou no poente de sábado do dia 27de março, sendo celebrada em toda a semana subsequente na festa dos pães ázimos. A Páscoa cristã neste ano será comemorada em 4 de abril, quando, neste ano, terá terminado a Páscoa judaica.

A Páscoa é, em sua origem, a celebração e rememoração da saída dos descendentes de Jacó do Egito, no dia 14 de nissan (abibe), segundo a maioria das datações há cerca de 3.500 ou 3.200 anos atrás, celebrada no decorrer de 7 dias. Há quase dois mil anos, no contexto da celebração da Páscoa, Jesus foi crucificado e morto, ressuscitando ao terceiro dia, o primeiro dia da semana judaica.

Seis dias antes da Páscoa, Jesus estava em Betânia com Lázaro e no dia seguinte entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, seguindo a profecia de Zacarias, que se tornou no calendário do cristianismo ocidental o domingo de ramos, com a chamada semana santa até o domingo seguinte, tido na tradição cristã como a celebração da Páscoa. A ceia com os discípulos ocorreu na noite da Páscoa ou sua véspera (o dia judaico era contado de por do sol a por do sol e não no meio da noite como é para nós hoje), com sua crucificação e morte no final desse dia, que marcava o início da Páscoa.

Assim, o calendário de celebrações das tradições cristãs inicia uma semana antes do domingo de Páscoa cristã com o domingo de ramos, mas esses fatos em sua origem ocorreram na semana que antecedia o início da Páscoa judaica. Para nós, pela diferença de calendários, entre outras, essa rica relação não é mais perceptível.

Daí, é compreensível que a celebração da Páscoa, prevista na Lei para os judeus (Ex 12, Dt 16) e a celebração da Páscoa para os cristãos que, como a fazemos não é estabelecida no Novo Testamento, seja uma data importante para as duas grandes tradições, as judaicas e as cristãs, e que a longa cristianização do ocidente inseriu em um calendário litúrgico, que foi incorporado, com mudanças notáveis de conteúdo e significado, no calendário civil.

Com o tempo, por razões complexas, o calendário que veio a ser o cristão, com a adoção pelo Império Romano do cristianismo e do ano litúrgico católico (inserido no calendário Juliano e depois Gregoriano), distanciou-se até hoje do calendário judaico, segundo o qual a Páscoa não tem relação de data com a sexta, o sábado ou o domingo como no nosso calendário. Por esta razão e outras, a Páscoa judaica e a cristã, originalmente em uma mesma semana, distanciaram-se nos dias de sua comemoração.

Se ainda comemorássemos conforme o calendário judaico, este ano nossa Páscoa teria ocorrido neste domingo 28 de março (ou segunda) e não no próximo (dia 4 de abril), como a comemoraremos. Como vemos, neste ano há uma defasagem de apenas uma semana na comemoração da Páscoa judaica e cristã.

O mais interessante, entretanto, não é isso. É que, saber isso, não desvenda o profundo significado da Páscoa, seja para judeus, seja para cristãos. Fica assim a pergunta: qual, então, é o significado da Páscoa?

A resposta mais direta possível é: a Páscoa é a intervenção de Deus na história trazendo libertação e redenção, inserindo na história a Sua salvação e anunciando um tempo de restauração que está às portas.



Agradeço a correção da data e os comentários sobre a celebração da Páscoa judaica enviados por Gabriel Neistein e Michael Vago, ex-alunos e amigos. Agradeço também a leitura do texto pelo Pastor Jonas Madureira e pelo Pastor Luiz Fernando dos Santos.


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